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RECOMENDAÇÕES PARA REALIZAÇÃO DA OROFARINGOSCOPIA EM CRIANÇAS E CUIDADOS ASSOCIADOS DURANTE PANDEMIA DA COVID-19 Março de 2020
IAPO – Interamerican Association of Pediatric Otorhinolaryngology ![]() Com relação ao diagnóstico das FARINGOTONSILITES e a realização da OROFARINGOSCOPIA e considerando que as CRIANÇAS apresentam IMPORTANTE participação na transmissão comunitária do coronavírus e também considerando significativo número de otorrinolaringologistas e pediatras infectados e que infelizmente faleceram com a COVID-19, RECOMENDA-SE:
I- Para as crianças com queixas agudas de orofaringe, que buscam atendimento no CONSULTÓRIO, o atendimento deberá ser realizado com o médico paramentado adequadamente com os EPIs listados abaixo. Para o diagnóstico clínico de uma faringo/tonsilite estreptocócica é sempre necessário a confirmação microbiológica por teste rápido para o Stepto do grupo A ou por cultura. Lembrar que os procesos virais se acompanham de coriza, tosse e hipermia conjuntival. Ia. Em crianças com suspeita de quadros virais com impacto significativo (VSR, Influenza, Parainfluenza, Adenovírus) ou bacterianos (Mycoplasma, Clamídia ou Bordetella), entre outros, deve ser solicitado a pesquisa rápidas de Influenza e/ou VSR ou painéis moleculares para diagnóstico de agentes virais e até mesmo o exame para o Coronavírus. Com isso, aumentam-se as chances de diagnósticos específicos, tranquilizamos as famílias (excluindo diagnósticos da COVID-19) e podemos instituir tratamentos conforme o diagnóstico microbiológico. II- As crianças com episódios agudos que buscam o PRONTO ATENDIMENTO, devido as orientações de isolamento social, muito provavelmente apresentam quadros mais graves de faringotonsilites (virais ou bacterianas); III- O exame da orofaringe e da boca e a realização de swaab nasal e da faringe deveriam ser feitos utilizando-se os mesmos cuidados e paramentação recomendados para pacientes suspeitos da COVID19 em situação geradora de aerossol: IIIa. uso de capote impermeável descartável, máscara N95, óculos de proteção, gorro e luvas (sequência indicada da paramentação) antes de entrar no consultório, quarto ou box de isolamento; IIIb. a máscara N95 é de uso individual e reutilizável pelo mesmo profissional. Ela pode ser reutilizada enquanto estiver limpa e íntegra e a presença de pêlos faciais na zona de contato da máscara com o rosto (barba, bigode, costeletas), reduz drasticamente sua capacidade de proteção e deve ser evitada;* IIIc. retirar do local pessoas não envolvidas nos procedimentos; manter a porta do consultório, sala ou quarto fechada; IIId. realizar higienização terminal do ambiente se o paciente não for permanecer no local; IIIe. Pediatras, otorrinolaringologistas e outros profissionais imunossuprimidos ou gestantes não devem prestar atendimento a pacientes com suspeita do COVID-19. IV- Em Hospitais de grande porte, com equipes de Pediatria e Otorrinolaringologia, recomenda-se dividir as equipes de pediatras e otorrinolaringologistas, (idealmente incluindo demais profissionais da saúde e colaboradores) que atendem aos pacientes internados ou em pronto atendimento em pelo menos 2 times que se revezam a cada 1 ou 2 semanas. Deve-se tomar medidas para evitar o contato entre profissionais de times diferentes. *De acordo com o IPOG (International Pediatric Otolaryngology Group) COVID19 Survey (publicado em 1 de abril 2020), em procedimentos clínicos com geração de aerossol, o uso da máscara N95/FFP3 está disponível apenas para 58% dos médicos de 306 Departamentos de Otorrinolaringologia Pediátrica e Instituições de todos os continentes (43 representaram o Brasil). Referências Bibliográficas
Colaboração: IAPO – Interamerican Association of Pediatric Otorhinolaryngology: Tania Sih, Ricardo Godinho, Marcelo Silber Departamento de Otorrinolaringologia do Hospital Pequeno Príncipe: Lauro João Lobo Alcantara, Rodrigo Guimaraes Pereira, Fabiano Bleggi Gavazzoni, André Ataide, Elise Zimmermann Mathias, Trissia maria Farah Vassoler, Ian selonke, Juliana Benthien Cavichiolo, Mirian Beatriz Grupenmacher, Leila Crisgiovani, Rafaela Mabile Sobreiro |
Fonte:IAPO